Resenha - Memórias póstumas de Brás Cubas

quarta-feira, outubro 18, 2017


Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, foi publicada inicialmente em folhetins em 1880, tendo a publicação como livro em 1881 (iniciando o movimento realista na Literatura Brasileira). Essa obra pode ter causado muitos traumas nas adolescências alheias, mas a verdade é que o livro é genial.


Título: Memórias póstumas de Brás Cubas
Autor: Machado de AssisNº de páginas: 182
Editora: Play Livros
Ano: 1881
Avaliação: ★★★★★ Sinopse: É após a morte que Brás Cubas decide narrar suas memórias. Nesta condição, nada pode suavizar seu ponto de vista irônico e mordaz sobre uma sociedade em que as instituições se baseiam na hipocrisia. O casamento, o adultério, os comportamentos individuais e sociais não escapam à sua visão aguda e implacável, nesta obra fundamental de Machado de Assis.
Após ler Dom Casmurro (minha primeira leitura Machadiana), que inclusive eu adorei. Fui então, para Memórias póstumas de Brás Cubas. Confesso que antes de ler, eu já estava com certo receio de que fosse chato. Ah! Como as pessoas acreditam no que as outras dizem, não é mesmo? Eu AMEI esse livro de um jeito... Mas, vamos ao enredo.

Brás Cubas é um defunto autor, ou seja, ele está contando a história depois de morto (e isso não é spoiler, está na primeira página). 

Ao verme que roeu primeiro as frias carnes de meu cadáver dedico como saudosa lembrança estas memórias póstumas. 

O defunto autor está na eternidade e, convenhamos, sem wifi e sem livros, não há muito o que fazer por lá, portanto, ele decide escrever suas memórias póstumas. Podemos ler então, os episódios da vida de Brás Cubas, seus romances, sua vida rica, sua experiência na faculdade de Coimbra, suas experiências filosóficas com Quincas Borba, e todos os seus pensamentos e pontos de vista, pois também acompanhamos o fluxo de ideias de Brás Cubas, que uma hora fala de Virgília, e no outro capítulo fala que é bom não escrever capítulos longos. São memórias, que vão vindo fora de ordem e que tornam tudo, na minha opinião, mais interessante.

Na obra, é estabelecida uma narrativa de aproximação do leitor, ou seja, o autor estará se referindo o tempo todo ao leitor (justamente porque começou sendo publicado em folhetim), e isso te faz se identificar muito com o Brás Cubas, com os pensamentos satíricos dele.

Em falar em sátira, esse livro é uma sátira do início ao fim. Com humor, o autor critica muitos momentos de nossas vidas, por meio da sua própria. 

Não li Machado de Assis na adolescência e creio que isso me poupou de ter um primeiro momento ruim com a obra dele. Acredito que comecei no tempo certo, já que gostei muito. Se você ainda não é um leitor que sente que pode ler qualquer coisa, talvez você ainda não esteja pronto para a grandiosidade de Machado de Assis, o fundador da Academia de Letras.

E se você quer fazer Letras, ou já está (como eu) se graduando e se preparando para ser um professor de Língua Portuguesa, acredito que precisamos ter isso em mente também, na hora de exigir a leitura de um clássico. Não estraguemos as primeiras experiências que tinham tudo para ser boas, mas acabaram sendo ruins porque não soubemos reconhecer a maturidade de nossos alunos. (ficaadica)

E você, já leu Memórias Póstumas de Brás Cubas? Já leu algo do Machadão? Comenta aí!

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2 comentários

  1. Oi, Sara.

    Engraçado que acabei de fechar o livro ''Literatura Brasileira'' e ler justamente sobre Machado de Assis haha.
    Eu também estava com receio de ler Memórias póstumas... Vi algumas pessoas dizerem que era chato etc., mas me convenci que preciso ler para tirar minhas próprias conclusões.

    Ótima resenha!

    Beijão
    cantinhodaescritaa.blogspot.com.br

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    Respostas
    1. Simmm, se ainda não deu uma chance, saiba que esse livro é digno de muito mais do que somente uma leitura <3 haha

      Obrigada! :*

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