Resenha - Inocência

domingo, setembro 03, 2017


"Inocência", de Visconde de Taunay, foi publicado em 1872 e é considerada uma obra de transição entre o Romantismo e o Realismo/Naturalismo. Com um enredo bastante trágico, o romance retoma indiretamente o amor shakespeariano de Romeu e Julieta.

Título: Inocência
Autor: Visconde de Taunay
Nº de páginas: 121 (lido em pdf)
Editora: -
Ano: 1872 (primeira publicação)
Avaliação: ★★★★
Sinopse: Á paixão proibida de Inocência e Cirino vão se interpor a autoridade paterna e as exigências do noivo prometido: Manecão. O ambiente rústico do sertão e o drama do amor impossível vão compor Inocência, de Visconde de Taunay, um dos últimos romances da ficção romântica brasileira.




Essa obra romântica (que apresenta várias características naturalistas e realistas) conta a história triste e trágica de Inocência, uma garota de 13 anos, incrivelmente bela e pura, que está prometida para se casar com um homem muito mais velho.

Seu pai, Pereira, é extremamente rígido e imerso em seu costume patriarcal, o que faz com que ele se posicione como o líder da casa, da família e que, consequentemente, se responsabilize pela honra da família. Sendo assim, ele quer casar sua amada filha com o melhor pretendente que ele puder encontrar, garantindo-lhe uma boa vida como esposa. O pai dela foi o personagem que eu mais odiei no livro, por conta dessas ideologias religiosas dele (justificáveis pela época), Pereira acaba sendo extremamente machista e egoísta, mas também reconheço que ele era simplesmente uma vítima da sua época, da sua religião, dos seus costumes e da sua cultura (que podem até mesmo perdurar até os dias de hoje, o que é terrível).

Cirino, um personagem que se finge de médico, acaba se apaixonando por Inocência. A princípio, a menina não o amava, mas de tanto ele repetir como não poderia viver sem ela, ela acaba cedendo e amando-o. Na relação dos dois, é possível notar o romantismo brasileiro fervendo. O casal é impedido de ficar junto, a amada é a mulher-anjo, a pura e virgem, e ambos nutrem um amor doentio, aquele amor que poderia até mesmo causar-lhes a morte, caso não se concretizasse.

Muitos são os temas abordados nessa obra, o que mais me chamou a atenção, foi perceber como o machismo acontecia no século XIX. Além disso, tem-se um retrato da sociedade brasileira da época no sertão, a hospitalidade dos sertanejos, as comidas, o analfabetismo, o regionalismo, etc.

Confesso que no início da leitura, eu a considerei tediosa. Parecia que nunca ia chegar a lugar algum, mas as últimas 50 páginas salvaram o livro. Fiquei aflita com o que estava acontecendo, querendo saber como iria se dar o desenlace e se o casal ficaria junto e se eles viveriam felizes para sempre no final. Se isso acontece, não posso dizer, vocês terão de ler para descobrir! Mas a minha dica é: não desista do livro por conta das 100 primeiras páginas, haha.

E você, já leu Inocência ou alguma obra de Visconde de Taunay? Já tinha ouvido falar sobre o autor na escola? Gostaria de ler algo dele? Comenta aí!

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